ÉTICA E FELICIDADE EM ARISTÓTELES

 

 Sergyo A. Ribeiro

 

 

                 

Segundo Aristóteles o fim ultimo do homem é a felicidade. Por esta causa  a ética  aristotélica  é  uma ética teleológica. A noção de ética teleológica tem uma dimensão  de potência  assegurada na própria natureza humana. O homem é por natureza um ser racional  e por natureza um ser político. Por causa desta natureza racional e política  que é intrínseca  a natureza  humana o homem tem por objetivo tornar explicito a plenitude e a felicidade  que é próprio  de si. Mas esta felicidade só é alcançada pela ação. Esta ação é uma atualização da potencia humana pois sem a (práxis) ação o homem não é  capaz de realizar seu telos. Só através da pratica de certas ações alcança-se aquilo que próprio de sua natureza. Por isso de acordo coma ética de Aristóteles o homem só será feliz  através da a realização de certas ações. Nesta concepção o  conceito de “Paidéia”  Educação e formação do homem é explicito; pois através da ação o  homem  alcançar  e realiza a sua potência. Assim o homem ele se constrói e  realiza-se a sua própria existência  através de uma educação posteriori. Educação  está que esta ligada a um Ethos e esse ethos está na polis.   

 

A  possibilidade  de  entendimento da ética  e da felicidade inicia-se  primeiramente na compreensão da visão antropológica  de Aristóteles do  homem político e racional. O homem aristotélico pensava a partir de seu mundo que era a polis a qual estava incerido.  A construção da polis estava intrinsecamente ligada ao “Ethos”.  Ao analisar a polis nota-se um jeito próprio de ser, um modo próprio de organizar e pensar; que regia as suas atitudes e os seus modos de agirem. Organizar a vida é o que se chama de ethos. Do ethos em ação surgiam os valores as normas e os costumes da polis. Assim o ethos era a base ética do indivíduo. Desta forma compreendemos que o ethos é aquilo que da o norte que orienta os atos éticos dos indivíduos.

 

 Mas como chegar a tal orientação? Para Aristóteles existe algo da natureza humana, este algo é a palavra. O homem é um ser lingüístico; para qual finalidade? Para discernir o que é justo ou injusto o bom  ou mal. Através deste poder lingüístico o homem opta em agir de maneira lógica. Este agir lógico é a virtude. Assim a ética se dá através de um agir virtuoso na observância do ethos. Ser virtuoso é agir de acordo com a regra correta, ou seja;  é agir de modo racional; agir-bem e viver-bem; é agir e viver  de acordo com a racionalidade  como enfatiza Aristóteles “ A lei é a razão  não afetada pelo desejo”

 

Para Aristóteles através da virtude se alcança a felicidade. Entretanto a felicidade é compreendida  como  uma atividade resultante da virtude.  Nesta perspectiva  a virtude  é o resultado  da educação e do cultivo de bons hábitos; como afirma Aristóteles “Por tudo isso, evidência –se também que nenhuma das virtudes morais surge em nós por natureza”.Um homem  virtuoso é aquele que desempenha contínuos hábitos.

 

Em relação ainda  a virtudes Aristóteles enfatiza dois tipos de virtudes; virtude ética e virtude dianoéticas. A virtude ética é  construída  em cima da observância do ethos e tem  por finalidade  impor limites e medidas “moderação”; também é chamada de justa razão  que é e o agir com equilíbrio que aplicada sobre a parte irracional da alma  produz a justa medida, é adquirida em resultado do hábito. A virtude dianoéticas  tem por característica principal  o desenvolvimento da capacidade o do conhecimento intelectual. Esta virtude  se se refere à vida completiva  o mais excelente  tipo de vida; por isso esta virtude dianoéticas  leva tempo  pois requer um processo como afirma Aristóteles  “(...) por isso requer experiência e tempo (...)”    

 Desta forma compreende-se melhor o porquê Aristóteles enfatiza que o homem é um animal político, pois sem a polis o homem é apenas um homem  impotente. O homem se constrói como um ser ético na cidade,  sem ela o homem  é “sem família, sem lei e sem lar”. Por esta causa não a virtude e nem cidade sem o ethos e não há a felicidade sem o ethos e a virtude.  Pois sem a polis o homem é um bicho ou um demiurgo, ou seja;  um deus que faz as coisas ao seu modo. Nas na polis o homem deve  agir virtuosamente  pois o ethos que esta na polis regula suas ações de virtude.

 

Em síntese nas definições aristotélicas a causa final do homem é a felicidade. Por isso a felicidade é o telos do homem. E este telos só pode ser alcançada pelo:  Ethos, Práxis, Hábito, Excelência  e Virtude. Estas ações humanas da ao indivíduo aquilo que é próprio  de sua essência,  ou seja; o homem já carrega em si  os elementos  da felicidade e através da ação ética ele alcança aquilo que  é próprio dele. Mas  para alcançar a  felicidade  que é o telo  do homem  deve haver o  agir  virtuoso. Quando o homem consegue  ter um equilíbrio entre os desejos e ações, agindo em plena harmonia com sua natureza  e realizando aquilo que é próprio de sua natureza ele alcança esse sentimento de plenitude que constituí a verdadeira felicidade. 

 

 

 

 

 

 

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