PNEUNATOLOGIA ATRAVÉS DA HISTÓRIA
Uma abordagem sobre as principais concepções sobre o Espírito Santo através da história
Sergyo A. Ribeiro “Schelling”
1. IGREJA PRIMITIVA
Entre os séculos 100 e o século 300 da era cristã, fé cristã não foi sistematizada. O assunto do Espírito Santo ficou apático. O mesmo era proclamado, mas não era sistematizado, ou seja; teologado. Com o passar do tempo, dúvidas e polêmicas sobre a Trindade e a pessoa do Espírito Santo começaram a ser alvo de argumentação das correntes heréticas. No inicio da igreja primitiva a capacidade intelectual era muito debilitada, visto que a igreja primitiva em seus primeiros dois séculos era composta de pessoas simples, como camponeses, artesões, agricultores e outros de mesma origem, impossibilitando assim o surgimento de pessoas que sistematização da fé; como isso o aumento das heresias e contradições aumentava grandemente.
- Neste período surge o modalismo, os quais argumentava, que a Trindade é composta de um Único Deus. Enfatizam que não existe as divisões de três pessoas. O modalismo é influenciado pelo neoplatonismo e o gnosticismo.
- Surge também o subordinaciomismo, onde se conceituava que dentro da Trindade existe uma subordinação. O Filho este subordinado ao Pai e o Espírito esta subordinando ao Filho e ao Pai.
- O Triteismo surge também com força total, mas na tentativa de explicar a trindade, acaba caindo e formulando o conceito de três deuses, que possui três substâncias diferentes, é não são totalmente independentes entre si.
- O Arianismo uma outra interpretação, a qual é formulado por Ário que também ressalta que Jesus é um ser especial, mas não é igual ao Pai, ou seja, para Ário Jesus era inferior ao Pai, não era divino mais sim um ser especial.
- Todas estas concepções e outras vão levar a igreja a desenvolver argumentos teológicos para combater o surgimento de tais heresias. É neste contexto histórico que começam a surgir os denominados Pais da Igreja. Homens como Origines, Santo Agostinho, Tertuliano e tanto outros que começaram a teologar a fé para a defesa da Igreja de Cristo.
2. FERRAMENTAL TEOLÓGICO
Para resolver os problemas teológicos a igreja e os pais da igreja trabalhavam com três ferramentais para formular a ortodoxia.
2.1. Primeiro: O fortalecimento da sucessão apostólica, ou seja; a clericalização.
A igreja decidiu que certas ministrações só quem podiam realizar era o clero. Só o clero podia realizar tais ministrações tais como: pregar, batizar, celebrar a Santa Ceia e etc. Com esta atitude os leigos começaram a ficar de lado. A clericalização mudou o rumo da igreja, antes da mesma, na ausência de Jesus, os apóstolos assumiram o legado de Cristo, após a ausência dos apóstolos os bispos. Os bispos foram pessoas presente diante da igreja até o século dois, eram os presbíteros locais; após o século terceiro veio a clericalização, onde os bispos se tornaram supervisores de região.
2.2. Segundo: Canonização
A canonização do cânon foi um outro ferramental que a igreja usou para doutrinar, para elaborara a sua doutrina. No ano de 397 em Cartago, na África foi realizado um Concilio de Cartago, neste concilio ficou decidido quais os livros seriam canonizados. Este ato de canonizar os livros contribuiu para que os livros apócrifos fossem identificados é posto de lado.
2.3. Terceiro: Concílios
A narrativa histórica mostra uma infinidade de concílios. Os concílios trataram de assuntos relacionados com a fé cristã e a ordem da Igreja. Os dois concílios principais foram o de Nicéia, onde por intermédio do Imperador Constantino convocou 318 bispo os mais influentes, no ano de 325 Dc. Neste concílio a igreja pela primeira vez deu um definição sobre o Espírito Santo e a Trindade . Mas o concilio que vai trabalhar com conceitos pnematológico mais profundo é o concilio de Constantinopla em 381 Dc com 150 bispos. Neste concilio a igreja já defende o Espírito Santo como uma pessoa, tem uma essência, faz parte da Trindade, é esta no mesmo nível que o Pai e o Filho; lançando assim por terra todas as heresias até então formuladas pelos movimentos já citados. É importante lembrar que os pensamentos de Orígenes, Agostinho, Tertuliano e dos irmãos Capadócios, farão de tal importância para laçarem as bases para as formulações da defesa dos concílios.
3. O ESPIRITO NO PENSAMNTO DOS REFORMADORES.
Após a reforma de Lutero em 1517, as concepções teológicas do Espírito Santo caíram sobre Calvino e Lutero. Calvino é chamado o teólogo do Espírito Santo, onde se concluí que a visão de Calvino é uma pneumatrocracia. Calvino relata que só pode entender as escrituras através do Espírito Santo, por isso Calvino afirma que o homem só pode chegar a Deus, através da capacitação do Espírito Santo. Nas Institutas de Calvino não é o homem que acha Deus, mas sim Deus através do seu Espírito Santo que acha o homem. Para Calvino a palavra é o arbitro do Espírito Santo, através da palavra o Espírito Santo trabalha com o parâmetro que é a palavra para julgar. Calvino enfatiza que Deus através do Espírito Santo criou a palavra para poder Julgar. Calvino enfatiza que o Espírito santo ele supera as regras impostas pelo dogmas institucional da igrejas. Encontramos na teologia de Calvino quatro pontos fundamentais sobre o Espírito Santo.
Primeiro: Calvino deixa claro que tudo que somos, e que temos, toda nossa capacidade, é devido a graça de Deus e a obra do Espírito Santo. A vida cristã só tem origem e continuidade renovada na pessoa do Espírito Santo.
Segundo: Calvino relata que o Espírito Santo esta no mundo, preservando, guiando e inspirando; e sem esta obra do Espírito Santo o mundo se tornaria um verdadeiro caos, pois tudo que existe de bom entre gentios, pagãos, ateus, é devido ao Espírito Santo.
Terceiro: Calvino relata que nem a palavra escrita, nem a palavra proclamada têm qualquer poder e persuasão, sem a obra do testemunho secreto e interno do Espírito Santo.
Quarto: Para Calvino o relacionamento do cristão com Cristo depende do Espírito Santo, pois o mesmo é o vinculo pelo qual o Deus nos une afetivamente a si mesmo. Sem o Espírito Santo nada aproveita, de tudo que foi realizado pelo salvador Cristo Jesus, porque não teria sentido.
A base da teologia de Calvino vai ser usada por teólogos futuramente, como o caso de Wesley que boa parte de sua teologia e constituída sobre os conceitos pneumatológicos de Calvino.
4. O ESPÍRITO SANTO NOS MOVIMENTOS AVIVALISTAS DO S SÉCULOS XVIII E XIV
O avivamento dos séculos 18 e 19 tiveram suas origens na Inglaterra encabeçada pelos Puritanos e os Metodistas. Após três séculos a igreja reformada precisava de um avivamento, ou seja, de um reavivamento. Nestes três séculos alguns aspectos aconteceram negativamente sobre a igreja.
1º aspecto: A igreja reformada com o passar do tempo foi institucionalizada.
A igreja sofreu um engessamento, ou seja, a dogmatização tomou conta. O clericalismo se apoderou se da igreja reformada. Neste contexto de clericalização o movimento avivalista surge com os Puritanos, os quais queriam reformar a igreja Anglicana, o qual eles diziam que tinham práticas semelhantes ao catolicismo. Os Puritanos protestavam contra: a) O Governo de Elizabete; b) queriam desligar-se totalmente do catolicismo; c) queriam se purificar; d) Ser Santos e transformar a Inglaterra, como Genebra palco da reforma de Calvino.
O movimento metodista através do John Wesley tinha quase a mesma visão. Wesley queria reformar a igreja e não fundar outra, o seu objetivo era a santificação. Wesley trabalhava com três conceitos: a) Igreja Pura; b) relacionamento com os eleitos; c) Sociedade cristianizada. Wesley foi totalmente influenciado por três movimentos; o Puritanismo, Armenianismo, e o Pietismo Morávios. O Espírito Santo agiu na vida de homens como Jonh Wesley, Jonatas Eduard, George Wiltefild, Moody, é tantas outros, para tirar a igreja do clericalismo e do engessamento o qual se encontrava.
2º Aspecto: A Revolução industrial
No século 18 a revolução industrial trouxe sobre a Europa e conseqüentemente para o mundo grandes benefícios. Mas do outro lado às pessoas começaram a tornar-se escravas do trabalho. O discurso de Calvino sobre o trabalho ser um Dom de Deus, agora começa a ser uma tortura devido ao espírito capitalista que nasce com força total. O avivamento do Espírito Santo através dos homens teve muita importância para mudar este quadro. Neste tempo o mundo estava em guerra. O século 18 é marcado por tragédia e guerras. Diante deste quadro desolador começa a nascer o sentimento que Deus que abandou a história; conceito influenciado pelo filósofo alemão W.F. Nietzsche sobre “ a morte de Deus”. Tais crises favoreceram o avivamento, proporcionando uma ambiente propicio para a o avivamento.
3º aspecto: A secularização da Igreja
O século 18 e 19 e marcado pelo movimento do Iluminismo racionalista, que trás um quadro de vazio, uma lacuna na história , em que Espírito Santo através do movimento avivalista vem para preencher.O Espírito santo que após a reforma foi institucionalizado e dogmatizado agora ele rompe e ganha e liberdade de agir e de fazer. O Espírito Santo rompe, quebras com todas as dogmatização e age outra vez história. Este movimento dos avivalista contribuiu para o surgimento no pentecostalismo quer surgiu de forma total no inicio do século, Embora sabendo que o pentecostalismo tem suas bases em Jonh Wesley o “Homem do coração aquecido”. O movimento pentecostal tem como marca fundamental a plena liberdade do agir do Espírito Santo.
Mas foi Charles Fox Parham, “evangelista metodista dos movimentos de santidade”[1] quem realmente aprofundou a discussão em torno do batismo do Espirito Santo.N aera moderna. “Convencido pelos seus próprios estudos de Atos dos Apóstolos e influenciado por Irwin Sandford, testemunhou Parham um reavivamento notável na escola Bethel Topeka Kansas, em janeiro de 1901”[2]. Campos enfatiza:
Parham propôs aos seus aluno a seguinte questão: Existe uma evidencia bíblica para o batismo do Espírito Santo? Após um tempo de pesquisa na bíblia, os estudantes chegaram a conclusão de que a glossolalia era o sinal que procuravam. Se havia tal evidência na bíblia faltava uma experiência em que alguém falasse as novas línguas. Esse fato ocorreu na passagem de ano de 1901. Durante uma vigília, Agnes Ozman ( uma das alunas de Parham ) sentiu a necessidade de receber as preces e imposição de mãos, com a oração, Agnez falou em outras línguas, era o começo do pentecostalismo nos EUA. [3]
Em 1905 Parham criou a escola bíblica de Houston no estado do Texas. Dentre seus alunos estava W.J. Seymour que era um pregador negro procedente de Holiness. Convencido de que a glossolalia sinalizava o batismo do Espirito Santo, Seymor passou a destacar esta experiência em suas pregações. Quando foi para Los Angeles, falou em uma igreja dos nazarenos, mas acabou proibido de continuar suas exposições, mas devido a insistência com que tratava a nova doutrina e o escândalos aos olhos dos protestantes conversadores. Seymour passou a realizar as reuniões em uma casa, no dia 06 de abril de 1906 oito pessoas entre elas um menino foram batizada com o Espírito Santo e falaram novas línguas. Seymour se transferiu-se para um velho templo metodista na rua Azuza, onde por três anos sucederam reuniões dia e noite, segundo Stanley.
Topeka contribuiu para o reavivamento da Rua Azuza em Los Angeles, as noticias das chuvas serôdias (Jl 2.23) espalharam-se rapidamente por outros países através do jornal de Seymour Apostolic Faith, mediante os esforços dos que saíram das reuniões da Rua Azuza às várias partes da América do Norte e ao estrangeiros. Embora ocorrido outros avivamento reavivamento pentecostais importantes, a complexidade e a importância do reavivamento de Los Angeles continua a ser um desafio aos historiadores .[4]
BIBLIOGRAFIA
BROWN, Colin. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1971.
BERKHOF. L. Teologia Sistemática. Ed cultura crista. SP. 1998.
CHAMPLIM. N Russel. Enciclopédia de Bíblia Teológica e filosófica. São Paulo: Ed Candeia, 1999.
DAGG L. John. Manual de teologia. São José doa Campos: Fiel. 1998.
GRUDEM. W. Teologia sistemática.Candeia. São Paulo, 2000.
MCKENZIE. L. J. Dicionário Bíblico. São Paulo: Paulinas. 1983.
MOLTMANN. J.O Espírito da Vida. São Paulo: Vozes, 1985.
KEELEY. Robim. Fundamentos da teologia cristã. São Paulo: Vida, 2000.
HORTON M. Stanley. Teologia Sistemática: Perspectiva Pentecostal.São Paulo.Ed. Cpad.1995